sexta-feira, 23 de julho de 2010

Entrevista com o 2º Festival Kanzen

Entrevista feita pelo site http://www.spriteage.com/ sobre o 2º Festival Kanzen, realizado em 2009.


30/11/2009

Cultura Pop Oriental no Recife

Em Coberturas por Adelle Cordeiro às 15:54

Segunda parada, Festival Kanzen

Em outubro foi a vez de irmos para o II Festival Kanzen que ocorreu no dia 25, na Escola Superior de Marketing (FAMA). Em apenas um dia o Kanzen reuniu no seu segundo ano de atividade um público de aproximadamente 1200 pessoas – em 2008 foram 950 pessoas – tendo como foco os jogos eletrônicos e as bandas locais que tocam J-Rock. A partir desta ideia a estrutura disponibilizou 12 stands, entre lojas e restaurante, salas de games, sala de exibição de animes, fliperamas no espaço Anime Party Recife, Karaokê, cotonete gigante, arena de LARP, palco com apresentações de seis bandas e touro mecânico, a novidade de 2009 que atraiu o pessoal desde as 9h e continuou pela noite. Por sinal, era muito engraçado ver a galera otaku, principalmente os cosplays, encarando o touro mecânico ou uma luta no cotonete gigante. Diversificar as atrações e investir em outros pontos que atraem quaisquer pessoas independentemente do evento ser voltado para um nicho mais específico. Essa foi a estratégia do ainda recém-nascido Kanzen, como detalha o organizador geral, Harlans Fagundes, “preferimos um espaço pequeno por causa das atrações externas para evitar que o pessoal se disperse ou tenha aquela calmaria.”

Ao longo do dia não tinha como ficar parado no festival. Assim que você chegava era logo atraído pelos produtos à venda nos stands, que agradavam a todos desde os fãs de jogos eletrônicos e de RPG aos cosplays a procura de novos acessórios. Estavam presentes as lojas Arsenal Cosmaker, Cosplay House, Totalmente Diva, Elemental, Fenix, GameOn, Heroes Comic Shop, Magic Center, Otakun Shop, Shazam Animes (PB) e Ultranova. Também esteve presente a banca dos lanches Kanzen e o Restaurante Hakata com os seus rolinhos primaveras e yakisoba. Depois de passar por todas as tendas, você ficava indeciso sobre o que iria fazer: sala de exibição de animes, campeonatos nas salas da Extreme Fight Zone (PES 09, Marvel vs. Capcom 2, Super Smash Bros. Brawl e KoF XII), fliperamas da Playtoy no espaço Anime Party Recife, luta de LARP, cotonete gigante ou um escorregadio touro mecânico.

Como dissemos, e sem vergonha de ser piegas, a música é a alma do negócio. Então, tinha a sala de Karaokê comandada pelo locutor da Rádio Animix, DJ Monstro, com clipes de J-Rock, seleções especiais com temas de animes e para os mais animados, também autoconfiantes, teve um espaço de quase três horas de Karaokê. Bastava escolher a música que o DJ Monstro colocava para tocar junto com a letra em japonês romanizado. Sem falar das seis bandas que tocaram no palco do Kanzen a partir do final da manhã (Senseisura, Waipá, Tokyo Tower, Yume No Blue, Nephilim e Datte Bayo) e da mini rave que agitou o festival no final da noite.

É interessante notar que o evento é voltado para um público específico, mas antes de tudo é voltado para um público jovem. No entanto, reuniu tanto os grupos de amigos assim como as famílias. Então, não era difícil presenciar uma mãe atenciosa pedindo para que aguardássemos para tirar a foto da sua filha de cosplay porque ela ainda não estava com toda a fantasia ou pais acompanhando os filhos enquanto eles experimentavam os acessórios à venda nos stands.

Como último destaque não podemos deixar de citar a quantidade de cosplays espalhados pelo evento, seja entre um stand e a arena de LARP ou o touro mecânico, não havia local no Kanzen onde você não encontrasse a presença deles. Fantasias em grupo, individuais, completas, discretas ou adaptadas. Com certeza esse foi o ponto alto do festival e tivemos algumas boas apresentações quando começou o concurso de cosplay, mas a que realmente levantou os aplausos do público foi a apresentação coletiva da equipe do Dragon Tiger.

Diante disso é fácil perceber que o Recife já conta com uma programação nessa área do entretenimento que vai desde os festivais mais consagrados como a SuperHeroCon e a Feira Japonesa do Recife até os eventos criados mais recentemente como o Festival Kanzen e a Anime Party Recife que vem periodicamente promovendo festas temáticas envolvendo as datas comemorativas nacionais com assuntos relacionados a anime. Antes de tudo, elas não competem entre si, por um lado porque não temos uma festa a cada mês na nossa região, mas também pelo público grande que anseia por estes encontros e festas. Isso explica o porquê dos ingressos saírem a preços módicos. Na Anime Party o ingresso antecipado acompanhado do DVD com os melhores momentos das dublagens dos Barolli custou R$ 8 e no dia R$ 10. Já o Festival Kanzen cobrou R$ 6 pelo ingresso antecipado e R$ 8 na hora. Então, vale a pena em todos os sentidos, fãs ou curiosos, acompanhar essa programação e para saber mais sobre o que acontece basta fazer uma rápida pesquisa pelo Orkut e procurar comunidades como Anime Party Recife, Festival Kanzen, SuperHeroCon, Onigiri – Anime Club e Feira Japonesa do Recife. Obviamente, também adicionar o SpriteAge entre os seus favoritos.

http://www.spriteage.com/reportagens-corberturas/coberturas/cultura-pop-oriental-no-recife/2/

30/11/2009

Cultura Pop Oriental no Recife

Em Coberturas por Adelle Cordeiro às 15:54

No Festival Kanzen conversamos Harlans Fagundes, um produtor mais recente, mas que já consegue cativar um grande público:

SA – A sua história na área de produção de eventos sobre cultura pop oriental é bem recente (2 anos de Festival Kanzen). Como foi que veio essa vontade de começar a investir nesse ramo?

Harlans – Eu sou um organizador recente, no caso, mas tenho um gosto por anime antigo. O primeiro festival foi bastante complicado porque decidi com dois meses de antecedência, entre julho e agosto do ano passado, que iria fazer o festival. A partir daí começamos a correr atrás do que seria necessário: staff, atrações e tudo mais. Também procurei os meus amigos para saber o que mais precisaria para poder levantar o evento. Como eu sou aluno da FAMA, faço administração pela manhã, conversei com a diretora e ela disponibilizou o espaço gratuitamente. Esse ano já não foi gratuito porque ela percebeu que deu certo e já cobrou um pouco. Outra coisa que foi importante na primeira produção foi a experiência como participante em eventos desse mesmo tipo porque via os erros que aconteciam e as coisas boas que agradavam. Então, consegui organizar a partir de uma visão de público e do que esse público iria querer.

SA – Não dá para abarcar toda esta cultura pop em apenas um dia: animes, mangás, j-rock, games e tudo mais. Qual o foco principal do Kanzen?

H – Ele procura dar mais foco para as bandas, jogos eletrônicos e lojas. A gente procura colocar o número máximo de lojas, colocamos o preço lá em baixo para que as lojas venham e vendam o seu material porque não deixa de ser uma atração. O público que vem sempre pede loja seja daqui ou de outro estado, como João Pessoa. Não ganhamos em cima de loja ou das outras atrações porque a estrutura do evento é muito cara e nem queremos colocar um preço alto. Preferimos muita gente pagando pouco do que um público menor pagando caro.

SA – Aproveitando que estamos falando de público, qual a ideia da quantidade de pessoas do primeiro festival e neste segundo?

H – No ano passado nós tivemos um público de 958 pagantes e neste ano estamos com uma estimativa entre 1200 a 1300 pessoas, sendo uma média de 1200 pagantes e de 1200 a 1300 incluindo toda a equipe de apoio e os convidados. No ano passado tivemos um grande problema que foi o jogo do Sport, na Ilha do Retiro, mas já em 2009 tivemos o cuidado de colocar num dia que não caísse em dia de jogo.

SA – Quando o assunto é o amadurecimento do festival, da produção do evento, de um ano para o outro como você analisaria?

H – Bem, nesse ano nós investimos mais nas atrações externas. Colocamos mais espaços de comida como o Restaurante Hakata, a lanchonete própria da faculdade e o Lanches Kanzen. O palco foi o mesmo, mas colocamos mais artimanhas para os efeitos de iluminação e fumaça, além de termos aumentado a premiação do concurso cosplay, que no ano passado para o primeiro lugar individual foi um aparelho de DVD e nesse ano demos um Playstation 2. Com esse crescimento de público e atrações, tudo indica que no ano que vem a gente coloque o festival já em outro espaço, mas ainda estamos analisando.

SA – E os erros do primeiro festival e deste agora? Você sempre observou os erros de outros eventos na região, qual a avaliação do Kanzen nesse quesito? Muitos erros?

H – Digo uma lista se vocês quiserem. Todo evento é um capítulo inédito onde você vai ver detalhes que fazem toda a diferença e erros que não podem voltar a repetir. No ano passado devido à correria não tivemos tempo de organizar os nomes das salas. Foram colocadas de última hora porque começamos a organizar o evento de última hora. Corremos para falar com as lojas e para bater o martelo com cada uma demora, então perdemos muito tempo transitando entre uma loja e outra. Em 2009, modéstia a parte, não estou vendo grandes problemas porque procuramos ver a viabilidade de acordo com as dificuldades de 2008. Acho que o grande problema desse ano foi que não conseguimos uma lona que serviria como cortina de abertura para o palco e quando estivesse na troca de uma banda para outra iríamos ter uma passagem de vídeo, mas a correria foi tão grande que esqueceram de entregar essa lona. Isso iria produzir um grande impacto, principalmente à noite por causa da pequena rave que vai encerrar o evento.

SA – Quem são os grandes parceiros que contribuem na organização? A sua família também se envolve nessa produção?

H – No primeiro e no segundo festival nós não tivemos uma quantidade ‘x’ de patrocinadores. Tivemos só as lojas que ajudaram, quer dizer, que pagaram para estar presentes e vender, mas também ajudaram por fora, sem ganhar nada em troca, seja divulgando ou vendendo ingresso antecipado. Mas o grande patrocinador foi o Armazém Lajeau, que é do meu pai e sustenta grande parte do evento e a outra parte é o público que está mantendo com um bom nível de pagamento. Na organização também participa a minha irmã e foi com ela que eu comecei a ir aos primeiros eventos sobre anime na região, além do pessoal da Extreme Fight Zone, o Daniel e o Leo, que são grandes amigos e responsáveis pela parte de jogos eletrônicos como também o Rodrigo, outro grande parceiro, que ajuda na parte de LARP, cotonete gigante e as regras para o concurso de cosplay.

SA – Como criador do evento, qual a história do nome ‘Kanzen’, como foi a escolha do nome do festival?

H – Eu estava com um primo meu quando tivemos toda a ideia do evento, mas precisávamos de um nome para que pudéssemos dar continuidade. Então, começamos a procurar no dicionário virtual japonês de A a Z até que chutamos a letra ‘K’ e demos de cara com a palavra Kanzen que significa perfeito. Então, Festival Perfeito, mas ainda tinha outra expressão que combinava melhor ainda, ‘melhoria constante’. Juntamos a ideia toda: festival perfeito e, claro, que busca sempre a melhoria.

SA – Para fecharmos a nossa conversa, na região ainda tem espaço para mais eventos dessa natureza?

H – O que não falta é espaço para todo mundo. Tem alguns eventos que já são credenciados em alguns dias, como a SuperHerocon sempre no mês de julho e agora o Festival Kanzen que estamos colocando sempre no mês de outubro, no ano passado foi no dia 19 e neste ano no dia 25. Com relação à quantidade de eventos, eu ainda acho que aqui tem poucos eventos dentro deste seguimento. Só a SuperHerocon, Festival Kanzen, AnimePan, que está dando uma parada agora e talvez não tenha no próximo mês de janeiro, mas também está chegando em contrapartida o Ongiri Anime Club que vai ser realizado quatro vezes por o ano, a partir de 2010, e será mais segmentado para cosplays e para lojas. Agora para uma pessoa que esteja querendo organizar um primeiro evento desse tipo vai ter que trabalhar um bocado, pegar muito sol e emagrecer bastante porque vai ter que divulgar o evento e mostrar aos lojistas, ou para quem quer que seja, que o seu evento vai ser algo bem organizado senão as pessoas não dão credibilidade. A minha vantagem foi que sempre estive em contato com esse público, mas tem que mostrar serviço e fazer bem feito para que dê certo.

http://www.spriteage.com/reportagens-corberturas/coberturas/cultura-pop-oriental-no-recife/4/

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